Barras de combustível em um reator nuclear japonês atingido pelo terremoto que devastou o país na sexta-feira, matando centenas de pessoas, agora estão totalmente expostas, informou nesta segunda-feira (14) a operadora da usina, a Tokyo Electric Power Co., segundo a agência de notícias Jiji.

Segundo a Jiji, a possibilidade do derretimento das barras de combustível não poderia ser descartada. O derretimento aumentaria o risco de danos ao reator e de um possível vazamento nuclear, dizem especialistas.


O governo minimizou a possibilidade de uma grande explosão neste reator.
Yukio Edano, porta-voz do governo, disse que o trabalho feito para resfriar o reator (que consiste em bombear água do mar para o reator) pode estabilizar a situação, e que o nível de radiação da central nuclear, que fica a 250 quilômetros de Tóquio, é tolerável para humanos.




A Tepco informou que 3,7 metros das barras de combustível do reator (que têm 4 metros no total) ainda estavam expostas ao ar às 20h07 (8h07, horário de Brasília), antes da retomada do bombeamento de água do mar.

A informação sobre risco de vazamento ocorre após a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU ter informado que o recinto de confirnamento do reator 3 da central nucler de Fukushima 1 está intacto, após ter sido atingido por duas explosões nesta segunda-feira (noite de domingo no Brasil).

"O edifício do reator explodiu, mas o recinto de segurança não foi danificado. A sala de controle do reator 3 continua operacional", afirmou a AIEA em um comunicado. Seis pessoas ficaram feridas nas explosões, segundo a agência da ONU, que tem sede em Viena.




As duas explosões desta segunda-feira foram provocadas pelo acúmulo de hidrogênio. Elas deixaram 11 feridos.
Uma explosão similar aconteceu no sábado, no edifício do reator número 1 da central, um dia depois do terremoto e tsunami que devastaram a costa nordeste do Japão. Um técnico morreu e 11 ficaram feridos.

Desde o terremoto de sexta-feira, engenheiros japoneses trabalham para evitar um desastre nuclear na usina, que foi gravemente danificada durante o tremor. Na usina, localizada na costa nordeste a 200 km de Tóquio, técnicos estão injetando água do mar nos reatores para tentar controlar a temperatura, já que o superaquecimento pode provocar explosões e acidentes.
 
Alerta mundial

A ameaça de um grande acidente nuclear no Japão trouxe à tona preocupações em outros países a respeito da segurança desse tipo de instalação.

Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel descreveu a crise no Japão como um momento decisivo para o mundo. Segundo ela, os padrões de segurança nas usinas nucleares alemãs serão revistos. O discurso de Merkel foi feito após um protesto, na véspera, reunir dezenas de milhares de manifestantes, que criticavam o projeto do governo de ampliar o uso dos reatores nucleares do país.

Nos Estados Unidos, o senador Joe Lieberman afirmou que Washington precisa interromper o desenvolvimento de usinas nucleares, até que as lições do que ocorreu no Japão sejam aprendidas.

(fonte G1)